segunda-feira, 30 de agosto de 2010

TEIMOSIA


Teimosia
Teimosia
Augusto C. de Lima

Encho um copo de Vontade
Uma pedra o faz transbordar
Uma Pedra chamada Saudade
Arrisca meu copo a quebrar

Cada gota que cai é uma dor
Essa poça no chão é maldade
Como pode se chamar amor
Se é mazela na verdade

Essa água demora a secar
Se é que seca de fato
Tanta água desagua em mar
Tamanho ingrato

Nuvem tanta que não passa
Não deixa o copo esvaziar

Essa chuva está pra tempestade
Cai pedra pra todo lugar
Cada vez eu que olho pro alto
Uma pedra se queda no mar

E se queda transborda a Vontade
E a dor volta a gotejar
Pedra aguda de saudade
Copo cheio está pra quebrar

E se quebra eu morro um instante
Dolorido esparramo meu mar
Pego um copo vazio na estante
E o torno a encher no lugar

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