segunda-feira, 30 de agosto de 2010

BAHIA

BAHIA
Augusto C. de Lima

Caldeirão de tempero sem fundo
A Bahia dos Santos todos
Banha o pudor moribundo
Desperta as moças da alma
Ateia fogo no mundo

Quando queima em água morna
Não atende mais nome de padre
Só se chama por nome de guerra
Sem tirar do Espirito Santo
Dá aos padrinhos da terra

Frigideira de sal e areia
Não separa filhos seus
Branco e preto, então mulato
Com um ponto de seus guias
Resa a igreja de deus




Chuva, sol ou trovoada
Belo dia que se torna
Salve a Rainha do Mar
Brisa quente que devora
Corpo é pão nesse lugar

Ecumênica Panela
O dendê em tuas ruas
Arde o sopro em todas bocas
Frita o couro de quem rela
Torna o breve mais profundo

Ajoelho aos pés da areia:
Salve a negra da favela!
Salve a patria mãe gentil!
Que pariu essa panela
A Bahia do Brasil

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