segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ÁGATA

ÁGATA
Augusto C. de Lima

"QUE ALGUM DIA EU POSSA OFERECER AO MUNDO AMOR PURO COMO O SEU"

De noitinha vou pra casa
Ágata pula do colchão
Pressente eu vindo pela estrada
E vai me esperar no portão

Felicita minha chegada
Vai miando no caminho
Me contando sobre o dia
Exigindo seu colinho

Me obriga ir pra cozinha
Colocar sua ração
Se enroscando em meus pés
Me estabaca pelo chão

A comida cai primeiro
Ágata resolve lanchar
Esquece que seu cozinheiro
Também vai se esborrachar

Se esborracha o cozinheiro
Com as fuças na ração
Um macio travesseiro
Amortece o barrigão

O alivio é passageiro
E dou conta do ocorrido
Pois um gato esmagadinho
Dá um mio dolorido

Me levanto num só pulo
Boca cheia de ração
Fecho os olhos pra não ver
A sopa de gato no chão

Com vontade de chorar
Só escuto um barulhinho
Abro os olhos devagar
Pra encarar meu ex-bichinho

Não creio no que vejo
Olha que situação!
Ágata toda quebrada
Ainda comendo ração

O corpinho estendido
Pescocinho para o lado
A boquinha mastigando
O rabinho deformado

Corremos pro veterinário
A bichinha engessou toda
O rabinho consertado
A ração na sua boca

No retorno para casa
Ficamos com cara de tacho
A pancinha meio inchada
Quebrou o gesso de baixo

E não houve mais acidente
Foi achada a solução
Ágata põe capacete
Pra me esperar no portão

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