domingo, 14 de novembro de 2010

Madrugada...

MADRUGADA
Augusto C. de Lima

Procuro um nada pra fazer
Carrego o corpo em má postura
Tela clara em noite escura
Madrugada sem querer
Tanto tempo em frente a tela
Ouso até bem escrever
Mas o verso não se explica
Tão dificil sem você

Tão dificil sem você
Tão dificil com você
Que me inibe a vestimenta
De poeta  de fuinha
Não por causa própria
Mas por causa minha
Pura vaidade
Que tira a liberdade
De dizer que faz bem

A fome se anuncia
O verso não se forma
A mente se desfoca
O vulgo bom se torna
E me entrego a ousadia
Da verborragia
Inofensiva
Apenas pra quem lê
Só a mim que desafia
A arrancar o seu porquê

Dorme ao lado feito anjo
Se faz demônio ao roncar
Dois em um é raridade
Que sorte que fui dar!
A maioria se diz vários
Mas é um, e olhe lá
Silêêêêncio
Algum bêbado na rua
Será que tem segredos?
Ou tem a alma nua?
Muito homem que se afirma
Não é bem o que se chama
De frente repara seios
de costas é dama

Muda de posição
a fome de pouca aumenta
estalo os dedos da mão
dedilho pelo teclado
procurando meu final
sem nem ter iniciado
esqueço os primeiros versos
fome, fome, fome
por hora achei o porquê
engoli meias palavras
na falta do que comer
vou partindo desta tela
Pra fazer a digestão
Alguém me chama acolá,
morfeu
a me esperar no colchão.

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